Adolek Kohn é um dos sobreviventes de Auschwitz e dança com a família em comemoração |
Que tal celebrar hoje uma vitória seja ela de quem for?
Meu convite é para celebrar Vitórias.
Na Copa do Mundo desse ano, tive uma síncope nervosa quando o Brasil saiu da competição.
Num primeiro momento senti indignação, depois raiva, depois...não me lembro mais o quê.
(Tenho certeza que não foi nada de bom)
Enquanto via em close os jogador em campo, desolados, um amigo me perguntou: "E agora, pra quem você vai torcer?". Repondi: "Como assim? Tem outro time para torcer se não for o Brasil?".
No fundo eu não queria que a Vitória fosse de ninguém.
No fundo eu queria sabotar a expressão da Vitória! (não é fácil assumir a própria humanidade)
Esse meu amigo nem sabe na crise existencial que me jogou. Passei certo tempo incomodada com essa estória. Causou-me reflexão sobre o estado de ser vitorioso. Sem uma resposta que me ajudasse sair, continuei à assistir aos jogos.
Depois disso torci para o Uruguai, depois Congo até finalmente a Espanha.
Não consegui parar de ver os jogos. Quem me conhece sabe que vindo de mim é praticamente um milagre assistir futebol.
Enquanto eu acompanhava aos jogos pensava: "Por que não consigo parar de assistir? Sempre achei tudo isso tão chato...". Sentia uma espécie de vergonha incompreendida.
Meio escondida eu ficava para assistir aos jogos longe de amigos e parentes. E, clandestinamente, vive na pele o que contagia tantas pessoas.
Empolgada, assisti a final Holanda e Espanha. Com minha bicicleta ergométrica em frente a televisão, pedalava porque não conseguia ficar quieta com as pernas. Precisa "ajudar" os jogadores de alguma maneira.
E a VITÓRIA aconteceu!!
Agora você me pergunta: "O que essa postagem tem haver com o título?
Minha resposta é: leiam a matéria que saiu na Piauí que relata a história de Adolek Kohn. Ele tem 89 anos, mora na Austrália e é um dos sobreviventes dos fornos crematórios de Auschwitz.
Minha resposta é: leiam a matéria que saiu na Piauí que relata a história de Adolek Kohn. Ele tem 89 anos, mora na Austrália e é um dos sobreviventes dos fornos crematórios de Auschwitz.
E depois, assistam ao vídeo a que a matéria se refere (http://www.youtube.com/watch?v=GUoanho82H4)
Pois, através de ambos me entendi.
Entendi o que me levou a torcer tanto mesmo quando não era o Brasil em campo.
Realizei que a Vitória do outro é a nossa Vitória também.
Paula Ribas
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