17:29
Paula Ribas
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| Espaço Nova Luz de portas fechadas, assim é o espaço sem sua função social. Foto: Camila de Oliveira |
Caro leitor,
Venho compartilhar minha "experiência" ao acessar os serviços de comunicação do espaço Nova Luz para saber das audiências públicas que acontecerão nos dias 28, 29 e 30 de setembro no ginásio do Pacaembu.
Pelas demandas que temos recebido para saber sobre as audiências públicas do projeto Nova Luz, fui escrever um post no nosso blog (www.apropriacaodaluz.blogspot.com) onde centralizamos informações para interessados e a comunidade. E, qual foi minha surpresa: não há nenhuma informação no site do espaço Nova Luz (http://www.novaluzsp.com.br)
Então, liguei para o espaço, pediram identificação, me identifiquei e falei com a atendente, que ao ser questionada da falta de informação no site me disse: "Quem está no nosso mailing recebeu o comunicado oficial". Então disse a ela que quem não está no mailing não foi informado sobre as audiências que virão. E, completei, dizendo que essa informação é OBRIGATÓRIA no site, que essa informação deve estar acessível para todos.
E disse mais, que é preciso produzir um material impresso para deixar disponível no espaço e, ainda, divulgar de modo oral a quem vai ao posto de atendimento do Nova Luz.
E disse mais, que é preciso produzir um material impresso para deixar disponível no espaço e, ainda, divulgar de modo oral a quem vai ao posto de atendimento do Nova Luz.
Foi quando ouvi a maior asneira de todo o telefonema: "Qualquer pessoa pode ter acesso a informação procurando no site do Diário Oficial onde foi publicado".
Pergunto a atendente e aos demais que trabalham no espaço Nova Luz e que estão envolvidos no projeto: já se deram conta de onde trabalham e para quem? Já se deram conta da "utilidade social" do espaço Nova Luz? Será que os funcionários da Cia City leram o resultado do cadastramento que eles próprios realizaram na região para viabilizar o projeto preliminar e o "Consolidado" Nova Luz? Tenho certeza que NÃO!
É lamentável !!
Isso tudo beira a insensibilidade e a desumanização que recebemos nesse projeto o tempo todo.
É assim que nos olham e nos veem: como coisas suplicantes de migalhas.
Vale a pena lembrar que estamos num momento pré audiências públicas e muitos moradores e comerciantes da região entrarão em contato com o espaço e receberam esse tipo de orientação para suas dúvidas.
É fácil notar que o espaço Nova Luz é uma ilha pró forma.
Ele não executa na prática o propósito para que nasceu (se é que há algum propósito).
Numa conversa que tive com a Sylvia Faccioli (coordenadora de comunicação do espaço Nova Luz) na presença também da arquiteta Simone Gatti, Sylvia disse que "o espaço se destinava a ser ponte entre poder público e comunidade para intermediar, acompanhar e INFORMAR o desenvolvimento do projeto Nova Luz, como acontece em Barcelona".
A realidade está muito aquém do que Sylvia disse.
A realidade está muito aquém do que Sylvia disse.
Para mim o espaço Nova Luz existe para virar clipping e tentar mostrar por meio de recortes de jornais e folders "provar" o "contato" do projeto com as pessoas da comunidade.
Isso só estará no papel mesmo, por que na prática o espaço Nova Luz não tem o respeito da população local, nem tão pouco o carinho do morador ou usuário da região da Santa Ifigênia e Luz. Não tem credibilidade, não tem a nossa confiança.
Isso só estará no papel mesmo, por que na prática o espaço Nova Luz não tem o respeito da população local, nem tão pouco o carinho do morador ou usuário da região da Santa Ifigênia e Luz. Não tem credibilidade, não tem a nossa confiança.
As pessoas olham o espaço Nova Luz como um espaço ocupado pelo consórcio/prefeitura onde já é possível prever como será a reurbanização do centro: continuará sendo subutilizado, mas agora pelo poder público e o privado juntos!
Parece-me que é possível ter uma leitura do que acontecerá com o centro de São Paulo com a aplicação dos 335 milhões de reais investidos apenas na infraestrutura e edificações:serão locais estéries de sentimento, de humanização, lugares absurdamente inúteis.
É isso que o projeto Nova Luz nos reserva, no que quer transformar o centro de São Paulo: num polo árido, artificial e, escandalosamente, desumano!
Parece-me que é possível ter uma leitura do que acontecerá com o centro de São Paulo com a aplicação dos 335 milhões de reais investidos apenas na infraestrutura e edificações:serão locais estéries de sentimento, de humanização, lugares absurdamente inúteis.
É isso que o projeto Nova Luz nos reserva, no que quer transformar o centro de São Paulo: num polo árido, artificial e, escandalosamente, desumano!
Não há no projeto Nova Luz propostas de reforma social, dar condições das pessoas que precisam ser inseridas, onde tenham a chance de se recolocar na sociedade e resgatar a dignidade perdida.
O projeto Nova Luz realmente não é para quem está e sim para quem entrará.
Acredite, apesar de tudo, esse é o meu combustível para continuar na luta em prol do ser humano, a minha indignação!
Sem mais,
Paula Ribas
moradora nascida e criada na Santa Ifigênia há 37 anos, presidenta da Associação de moradores AMOALUZ e Conselheira titular da ZEIS do Projeto Nova Luz
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O blog Apropriação da Luz é a oportunidade de você ver e saber como os moradores e comerciantes da região da Santa Ifigênia e Luz pensam sobre o projeto Nova Luz. Veja conteúdo produzido por moradores da região e saiba o ponto de vista de quem passa pelos impactos sociais do projeto. Pois, ver por dentro é ver de perto. Grata por seu interesse!