quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Preto Amaral: um júri para se discutir direitos humanos


Caros parceiros,

Amanhã acontecerá um encontro imperdível da arte com o social e a "verdade".
O teatro é o espaço oportuno onde é possível o impossível. É onde se pode e se deve usar para recontar , trazer a tona e discutir direitos humanos e sociais.  
Isso somado a experiência, a garra e a competência do diretor e autor da cia. Pessoal do Faroeste, Paulo Faria, devo dizer: a arte já altera e influência a história de luta do centro de São Paulo!
Recentemente, estive na Rua do Triunfo, n° 305 e conheci a sede do Pessoal do Faroeste.
Fui assitir, o final da temporada da belíssima peça, Borboleta Azul, com direção e dramaturgia de Paulo Faria. Incrível o modo de falar a partir de expulsão, desapropriação do ponto de vista de uma mãe e sua filha que estão a espera de um irmão que prometeu que voltaria para levá-las dali. A desapropriação é causada por Belo Monte, mas se compararmos com Nova Luz, é o mesmo drama.
Vejam a breve entrevista que fiz com Paulo Faria onde ele fala sobre: eugenia, gentrificação, Proejto Nova Luz, como por meio da arte é possíbvel revitalizar o centro e destaca o trabalho em Preto Amaral:
Vejam também a divulgação do júri Preto Amaral que será realizado amanhã!
Imperdível!
Cartaz da peça teatral realizada pela Cia. Pessoal do Faroeste
Júri reconstituirá acusação do homem conhecido como primeiro "serial killer" brasileiro
Em evento dia 20/09, organizações pretendem realizar julgamento póstumo simbólico de José Augusto do Amaral, conhecido como Preto Amaral, que morreu antes de ser julgado
 Na noite de 20 de setembro, o advogado criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira atuará em uma sessão simulada de Tribunal do Júri ao lado do Defensor Público Renato Campos Pinto de Vitto na defesa de José Augusto do Amaral, conhecido pela alcunha de "Preto Amaral" e pela fama de primeiro assassino em série do Brasil. Formato tradicional em faculdades de Direito, o júri simulado foi escolhido como uma forma simbólica de preencher a lacuna de um julgamento que nunca ocorreu para este acusado.

O ambiente será o próprio Salão Nobre da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, no Largo São Francisco. O Promotor de Justiça Carlos Roberto Marangoni Talarico dividirá esforços com o advogado criminalista Augusto de Arruda Botelho Neto, assistente de acusação, para compor a acusação em juízo neste julgamento de Preto Amaral, a quem se atribuem crimes hediondos que levaram à morte três adolescentes do sexo masculino, com características de sadismo e necrofilia. Amaral morreu em julho de 1927, sem ser julgado por acusações relativas ao início do mesmo ano. Ainda assim, seu nome consta como criminoso em diversos registros oficiais, inclusive no Museu do Crime.

O réu estará presente, representado por um ator da Companhia de Teatro Pessoal do Faroeste, que também leva ao evento uma atriz para representar a mãe de uma das vítimas, para atuar como testemunha ao lado da escritora Ilana Casoy e do historiador Paulo Fernando de Souza Campos, ambos autores de trabalhos que relatam a história de Preto Amaral.

Para bater o martelo na decisão dos jurados, estará em sua posição o Juiz de Direito José Henrique Rodrigues Torres, a convite do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD), da Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, do Núcleo Especializado de Combate à Discriminação, Racismo e Preconceito da mesma instituição e da Escola da Defensoria, além da própria Companhia de teatro.
"As organizações estão unidas em torno da realização deste evento, que é muito simbólico para discutir a garantia da presunção da inocência, princípio central do Direito de Defesa", afirma Marina Dias, presidente do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD). "Se no Brasil, ninguém é culpado até sentença condenatória transitada em julgado, neste caso a regra não se aplicou", completa.

"Os esforços em torno da discussão de Preto Amaral, trazidos à pauta pela Companhia de Teatro Pessoal do Faroeste, uniram essas instituições, porque além de tratar de diversos elementos sintomáticos da distorção no acesso à justiça no país", afirma Luciana Zaffalon, Ouvidora-Geral da Defensoria.

A Cia de Teatro Pessoal do Faroeste vem produzindo diversas peças de dramaturgia relacionada ao caso nos últimos anos. Além de uma peça de teatro, a obra dramática Os Crimes de Preto Amaral, de Paulo Faria, dramaturgo da Companhia, terá uma adaptação para o cinema. E todos os eventos relacionados ao caso serão retratados em um documentário em produção.

O Júri

Promover um julgamento póstumo é uma maneira de trazer à tona essa discussão, avaliando se os elementos formais e provas, fundamentais para a observação do devido processo legal, seriam de fato suficientes para levar a cabo a condenação dada por certa em documentos oficiais.

Com um time de primeira linha da área jurídica, além de testemunhas muito conhecedoras do assunto, a sessão do Júri não será um jogo de cartas marcadas. Acusação e defesa se preparam para apresentar argumentos e evidências de muita força, para reconstruir, acima de tudo, um julgamento justo a que Amaral não teve direito. Elementos relacionados à investigação criminal, bem como circunstâncias e características culturais de intolerância racial acrescentarão aos debates as reflexões sobre a influência da cultura social da época na acusação.

Serviço

Julgamento simulado

Tribunal do Júri: os crimes de Preto Amaral

20 de setembro, 18h30


Salão Nobre da Faculdade de Direito da USP

Largo São Francisco, 95, São Paulo, SP

Entrada franca

Mesa de abertura:

Daniela Sollberger Cembranelli, Defensora Pública-Geral do Estado de São Paulo
Marina Dias Werneck de Souza, Diretora-presidente do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD)
Prof. Dr. Antonio Magalhães Gomes Filho, Diretor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo
Luciana Zaffalon Leme Cardoso, Ouvidora-Geral da Defensoria Pública do Estado de São Paulo



Preto Amaral
Rogério Brito, ator, Cia. Pessoal do Faroeste
Testemunhas
Ilana Casoy, graduada em Administração de Empresas pela FGV e especializada em Criminologia pelo Instituto Brasileiro de Ciências Criminais. Integrou a formação com o curso de Crime Scene Investigation coordenado pelo Institute of Public Safety. Membro do Núcleo de Antropologia do Direito (NADIR) da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Autora dos livros “Serial Killer – Louco ou Cruel?”, “Serial killers – Made in Brasil”, “O Quinto Mandamento – Caso de Polícia” e “A Prova é a Testemunha”.

Paulo Fernando de Souza Campos, Doutorado em História com a tese "Os Crimes de Preto Amaral: Representações da Degenerescência em São Paulo – 1920"

Mãe de vítima: Neusa Velasco, atriz, Cia. Pessoal do Faroeste.

Direção artística dos atores
Paulo Faria, Cia. Pessoal do Faroeste

Defensores:
Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, Advogado Criminal, Associado-fundador do IDDD, ex-Presidente da Associação dos Advogados de São Paulo, ex-Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional de São Paulo, ex-Presidente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária; ex-Secretário de Justiça e de Segurança Pública do Estado de São Paulo.

Renato Campos Pinto de Vitto, Defensor Público do Estado de São Paulo

Acusação:
Carlos Roberto Marangoni Talarico, Promotor de Justiça desde 1986, titular do I Tribunal do Júri da Capital, Secretário Executivo da Promotoria de Justiça do I Tribunal do Júri por três vezes, Secretário Executivo do GECEP - Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial da Capital. Atuou na acusação e condenação (única no Tribunal do Júri) de Marcos Herbas Camacho (Marcola), entre outros.
Augusto de Arruda Botelho Neto, Advogado Criminalista, Vice-Presidente do IDDD

Juiz:
José Henrique Rodrigues Torres, Juiz de Direito, presidente da Associação de Juízes pela Democracia (AJD)
Mais informações para a imprensa:
Cristina Uchôa, Coordenadora de Comunicação
Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD)
+ 55 11 3107 1399 | + 55 11 99692 9865







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